segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015
A arquitectura anti-probreza que se torna anti-humana
Noutros tempos, as cidades e povoações tinham que se esconder por trás de muralhas para se protegerem de invasores. Actualmente, assistimos a um regresso de técnicas idênticas para lidar com os novos elementos indesejados: os sem-abrigo.
Quem passear pelas modernas metrópoles poderá interrogar-se porque motivo alguns locais surgem cravejados de pitões. Terá sido alguma brincadeira de um arquitecto fã da cultura punk dos seus tempos de juventude?
Infelizmente não é o caso... e após mais alguns exemplos começamos a ver que isto surge apenas em locais onde potencialmente alguém poderia encontrar algum tipo de "abrigo" para pernoitar. Elementos que, tal como os pombos, se tornaram indesejáveis para a nossa sociedade e têm agora que enfrentar estas "defesas" que os empurram para locais cada vez mais afastados da nossa vista.
É certo que ninguém apreciará ter um mendigo "acampado" à porta de sua casa ou loja; mas quando se chega ao ponto de deixar que isso nos leve a alterar esses espaço de forma a tornar as nossas cidades em locais que nos fazem relembrar instrumentos de tortura dos tempos medievais... pergunto-me se não se estará a olhar para o problema por uma perspectiva completamente errada.
Se fosse nos EUA... era só puxar de um cronómetro para ver quanto tempo demoraria para que um insuspeito transeunte caísse sobre um destes pavimentos "pitonados" e processasse a loja por valores milionários (ou até um veículo, que por qualquer motivo tivesse que se atirar para as bermas para evitar um acidente, como se pode ver na imagem a seguir...)
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Penso que o problema é (também) mais de saúde publica...
ResponderEliminarBasta passar nas Avenidas da Liberdade, Santos e afins para ver gente a dormir, comer e fazer todas as necessidades no canto onde dormem, causando constrangimentos aos comerciantes - os primeiros afetados e depois aos clientes.
Há que resolver o problema sim, e quanto a mim devia passar com ter um espaço, abrigado, tipo pavilhão com umas camas beliche de campanha.
Uma refeição quente e possibilidade de banho iria melhorar a vida de todos, incluindo roupa lavada. O problema é que isso custa dinheiro - quem paga a conta...?!
É preferível gastar uns milhares em serviços duvidosos de consultoria e afins para dar de comer a amigos e afilhados do partido...