A Amazon volta a enfrentar polémicas na forma como dá acesso às gravações das câmaras Ring.
A cumplicidade entra a Ring (que pertence à Amazon) e as autoridades nos EUA é um assunto que já vem de longe - com a empresa a até ter feito parcerias com as forças policiais para que estas fomentassem a instalação de câmaras Ring nas suas áreas de actuação. Mas agora, voltamos a ter uma situação que parece ir além daquilo que parece ser aceitável em qualquer país dito democrático.
Apesar da Amazon dizer que só disponibiliza o acesso às gravações com as devidas ordens dos tribunais ou com o consentimento dos clientes, foi agora descoberto que afinal as forças policiais têm apenas que preencher um formulário numa página web para terem acesso imediato às gravações, sem necessidade de passar pelos tribunais ou sem qualquer pedido de consentimento aos donos das câmaras.
A Amazon diz que este processo se destina a ser usado apenas em cenários de "emergência com vidas humanas em risco", e em "boa fé" de que não será abusado pelas autoridades. Mas, o que se sabe é que este método já foi utilizado 11 vezes apenas nos últimos sete meses, sem que haja qualquer tipo de controlo sobre se realmente se trataram de cenários "de emergência". Isto, num serviço que nem sequer permite que os utilizadores possam manter as gravações das câmaras localmente, e sendo obrigados a pagar uma subscrição para poderem gravar os vídeos na cloud da Ring (sem qualquer opção para utilização de um serviço alternativo que pudesse assegurar maior privacidade no acesso às gravações). Subscrição essa que ainda recentemente aumentou.
Da próxima vez que acharem que a CNPD é demasiado obtusa a nível das exigências que faz nas câmaras, talvez casos como estes façam repensar que, se calhar, será melhor que essas exigências existam.
sexta-feira, 12 de agosto de 2022
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário