Da próxima vez que passarem a noite num quarto de hotel e notarem coisas estranhas, como as luzes a acenderem-se sozinhas e a televisão a mudar de canais, não precisam chamar os caça-fantasmas: o mais provável é que se trate de um hacker a brincar convosco.
Tal como qualquer pessoa comum, também os hotéis apreciam a capacidade e versatilidade de controlarem remotamente os seus aparelhos. Algo que não só se torna mais conveniente para os clientes, como permite um controlo mais eficiente (desligando as coisas desnecessárias quando um cliente sai do quarto, por exemplo). O problema é que alguns hotéis usam sistemas que não foram concebidos para este tipo de utilização.
Um hacker alertou para o perigo de vários hotéis usarem o velhinho sistema KNX em redes wireless, um sistema que tinha sido concebido para ser usado em redes cabladas e sem preocupações de autenticação e segurança, e que por isso se torna numa autêntica porta aberta para qualquer interessado em se aproveitar do sistema. Sem qualquer dificuldade, este hacker poderia controlar as luzes de qualquer quarto do hotel, assim como os televisores; e facilmente instalar software malicioso que lhe permitiria continuar a fazê-lo remotamente depois de sair do hotel, a partir de qualquer ponto do mundo.
Este é também um dos problemas que se coloca nas instalações domésticas, quando se usam sistemas mais antigos que assumem que o seu canal de dados é implicitamente seguro. Por exemplo, no sistema X10 via powerline, uma tomada eléctrica que tenham no exterior (jardim, por exemplo), poderá ser usado como porta de entrada para que um atacante controlo todos os dispositivos X10 em vossa casa (abrindo estores, acendendo luzes, e todos os demais aparelhos que tiverem controlados via esse sistema).
Com a vontade de se adicionar inteligência a tudo em nossas casas... convém também estar consciente dos potenciais riscos que isso acarreta.
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