terça-feira, 10 de julho de 2012

Promoções GALP e EDP

Estamos a menos de meio ano do fim do mercado "regulado" das tarifas do gás e electricidade para a maioria dos consumidores, e algumas pessoas começam a ser tentadas pelas promoções que as duas maiores empresas nacionais no sector energético vão fazendo.

À proposta de descontos de 5+5% da Galp, a EDP contrapõe agora uma de 10+2%. Referindo-se a um desconto de 10% no gás, e 2% na electricidade.

Propostas que poderão ser atractivas para quem tiver um tarifário simples, e que começará a sentir o peso da conta mensal a subir, não só devido à subida do custo da energia, mas também devido à taxa adicional de "incentivo" para que se mude para o mercado liberalizado - mas que continuam a deixar muitas dúvidas para todos os consumidores que estiverem a utilizar tarifas bi-horárias.

É que, com tanta "liberalização", parece que nenhuma destas entidades parece estar ainda minimamente interessada em oferecer um plano que contemple esta (justa) diferenciação entre os períodos de maior/menor consumo, e que logicamente deveriam ter custos diferentes. Já nem vou tão longe ao ponto de - num sistema "justo" - esse custo ser automático, fazendo com que todas as tarifas fossem obrigatoriamente "bi-horárias" ou até mesmo "tri-horárias", e assim incentivando que as pessoas modulassem os seus consumos para tirar partido dos períodos de menor carga.

Por outro lado, volto a interrogar-me sobre a real legalidade dos custos extra que nos são imputados nestes serviços. É que, como todos bem sabem, o valor mensal que pagamos acaba por ser bem superior ao mero custo da electricidade que consumimos. Anteriormente tinhamos o "aluguer do contador", que após décadas de guerra, lá foi abolido... mas sem efeitos práticos. É que bastou trocar o nome da coisa para taxa de "potência contratada" (ou lá que é), para continuarmos a pagar (e bem!) por algo virtual que acaba por ser nova renda a favor destas empresas - quer se gaste electricidade ou não.

Talvez fosse tempo de algum dos políticos que nos tenha defendido dos alugueres dos contadores (espero que tenha havido pelo menos um, espero eu!) poder voltar à carga contra este atentado da simples "mudança ortográfica" que fica bem nas leis, mas que na prática nada faz para aliviar o bolso dos consumidores.

... Isso, e tal tarifa bi-horária... já agora. Ou será que teremos que passar mais umas décadas a vergar-nos perante os interesses destes gigantes, cujo mercado de "liberalizado" tem tanto como a concorrência que podemos ver nas gasolineiras, onde os preços batem certo à milésima de euro?

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Tanta coisa com a liberalização para existir concorrência entre fornecedores, o que é certo é que a maioria deles não põe informações nos sites, apenas um número de telefone de contacto com custo de chamada local para sermos obrigados a ligar para lá e levar uma tanga e gastar mais uns euros com a chamada.
    Ainda a dias veio uma rapariga à minha porta para tentar vender um contrato para uma empresa de fornecimento de energia elétrica. A conversa que a rapariga trazia era literalmente, ah é a mesma coisa só que em vez da factura ser da edp é da empresa X, e se não trocar até dezembro depois em janeiro vai pagar uma taxa à edp por não ter trocado de fornecedor. Quando a confrontei com os preços do kw não me soube responder, dando me a desculpa de ser o seu primeiro dia e que não tinha informações para me dar!
    Enfim... andam a tentar vender gato por lebre e tenho pena dos velhotes que não sabem destes pormenores e simplesmente mudam os contratos sem saberem se vão para melhor ou para pior..

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