Pode parecer estranho ver alguém dar um salto tão radical, de um dos dispositivos que revolucionou o mercado dos leitores MP3, para algo aparentemente tão simples e banal como um termóstato... Mas foi exactamente o que fez Tony Fadell com o seu Nest Learning Thermostat.
Este pequeno aparelho que comanda alguns dos mais gastadores equipamentos em nossa casa, responsáveis pelo aquecimento ou arrefecimento da mesma, permanece praticamente inalterado há dezenas de anos. Numa altura em que se procura atingir o máximo de eficiência, um termóstato que tenha um erro de apenas alguns graus na medição da temperatura pode representar uma despesa adicional considerável - já para não falar nos sempre obtusos métodos de programação, que parecem ter ficado presos no tempo na década de 70.
Com este novo termóstato tudo muda. Apesar de ser mais dispendioso, este termóstato não só tem precisão garantida (múltiplos sensores, que lhe permitem até compensar a sua própria temperatura
em funcionamento) como pode ser acedido a partir da internet e - mais importante ainda - é inteligente e capaz de aprender os padrões de utilização.
Encerrado numa caixa circular de aspecto bem apelativo e fácil de utilizar encontra-se um complexo sistema que é capaz de aprender com a utilização que lhe dão, e que é também capaz de detectar a presença de pessoas na sala (sim, em vez dos horrorosos sensores com plástico, aqui o sensor fica escondido atrás de uma grelha quase imperceptível).
Sendo fácil de operar, faz com que a pessoa possa ajustar a temperatura desejada com poucos toques - ao invés de deixar sempre a mesma programada apenas para "não ter trabalho de ter que mexer naquilo" (e com os consequentes gastos adicionais).
Passados alguns dias, este NEST começa a ser capaz de repetir as vossas preferências - fazendo com que não tenham que se preocupar caso se tenham esquecido de baixar o aquecimento durante a noite, já que ele se encarregará de a ajustar consoante a vossa rotina habitual.
Como em muitos outros casos... o maior erro é assumir que já tudo foi inventado - e até no caso de coisas tão básicas e simples como um termóstato, fica aqui demonstrado que mesmo as coisas mais pequenas podem afinal fazer uma diferença que pode ajudar a mudar o mundo.
Acho este artigo muito pertinente. Existem estudos no Reino Unido e Alemanha que indicam que quando uma pessoa mede o gasto energético de qualquer coisa (desde a temperatura da sala ao consumo instantâneo de combustível do seu automóvel) tem tendência para regular o seu consumo e reduzir em média o consumo energético entre 7% a 10%.
ResponderEliminarParabéns pelo artigo.