segunda-feira, 13 de outubro de 2025

Logitech abandona botões inteligentes Pop em Outubro

Quem tiver confiado na Logitech para os seus botões inteligentes Pop vai mudar de opinião a partir de Outubro.

Volta a comprovar-se que a nível de smart devices para casas inteligentes, a única aposta segura é em sistemas abertos que não dependam de serviços na cloud. E o mais recente lembrete disso são os botões inteligentes Logitech Pop, que deixarão de funcionar a 15 de Outubro.

Lançados em 2016, os Logitech Pop eram pequenos botões programáveis que permitiam controlar vários dispositivos inteligentes - de lâmpadas Philips Hue a colunas Sonos ou estores - tudo através de um simples toque. Cada botão podia armazenar até três acções diferentes e comunicava com os dispositivos ligados à mesma rede WiFi através de uma app para Android e iOS. O kit inicial foi lançado por 100 dólares, e cada botão adicional custava 40 dólares.

A empresa está a informar os clientes que, a partir de 15 de Outubro de 2025, tanto os botões Pop como o hub associado "deixarão de ser suportados e perderão toda a funcionalidade". Como compensação, a Logitech está a oferecer um cupão de 15% de desconto em alguns dos seus produtos - mas apenas nos EUA e com várias restrições (por exemplo, não é válido para volantes de gaming ou produtos de videoconferência) - que certamente não será suficiente para satisfazer os clientes. Nos últimos anos, o ecossistema Pop já vinha a mostrar sinais de abandono, com relatos frequentes de falhas na ligação com a app, o Harmony Hub, o SmartThings da Samsung e o Apple HomeKit.
O caso mostra o desinteresse crescente da Logitech pelo mercado das casas inteligentes. Apesar de ter sido uma das pioneiras - comprando a empresa Intrigue, criadora dos Harmony remotes, em 2004 (que entretanto também já foram abandonados) - a marca não lança um novo produto "smart home" desde 2020, isto numa altura em que o Matter tem revitalizado o sector.

É um bocado ridículo que algo como um "botão" possa deixar de funcionar caso a empresa que o fabricou assim decida. Provavelmente, surgirão soluções criadas pela comunidade para contornar este abandono, mas que obrigarão a trabalho adicional por parte dos consumidores, que muitas vezes nem justifica o tempo perdido. Como tal, da próxima vez que comprarem um "smart device", assegurem sempre que este se manterá funcional caso o seu fabricante decida mudar de ideias.

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